Como desenvolver hábitos de estudo?

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Hábitos de estudo

Aos hábitos de estudo estão associados a possibilidade de um emprego melhor; de obter êxito na carreira; de acumular conhecimento e de se posicionar criticamente perante o mundo. Contudo, os resultados mais significativos do estudo são obtidos apenas a longo prazo. Por isso, muitas vezes é difícil manter-se motivado para tal atividade.

Para conseguir fazê-lo, devemos ser disciplinados, persistentes e organizados desde cedo.

Conforme termos analítico-comportamentais, “estudar” abrange uma classe de respostas que envolve organizar material de estudo; sentar-se; folhear o material acadêmico; fazer a lição; ler um texto ou livro; responder perguntas; entre outras.

Dessa forma, uma pessoa que apresenta hábitos de estudo adequados emite diversos comportamentos desta classe e, geralmente, seu desempenho acadêmico é atingido devido ao engajamento nas tarefas de estudo.

Portanto, quanto a ocorrência de comportamentos contrários é comum que muitos evitam e/ou procrastinam a realização de atividades acadêmicas.

Dispersões e comportamentos

Assim sendo, tem-se a dispersão em vários aspectos: olhar em outras direções que não o material pedagógico (pessoas, teto, celular); movimentos de esquiva e fuga que afastam o sujeito da tarefa (levantar, ir ao banheiro, cochilar, comer). Além disso, existem verbalizações dispersivas (cantar, conversar com alguém sobre outros assuntos). Esses comportamentos de fuga decorrem de situações diversas, que devem ser controladas para melhor desempenho na tarefa.

As falhas no comportamento de estudar também são aprendidas. Nesse caso, é possível que a escola e os pais não tenham se dedicado adequadamente à orientação de comportamentos pró-estudo. Por exemplo: horários de tarefas no ambiente doméstico, técnicas para otimizar a concentração e atenção, entre outros.

No que tange a outros estímulos que concorrem com o hábito de estudar, tem-se equipamentos eletrônicos  e a navegação online, que passa sobretudo por comunicação em redes sociais e chats. É importante que existam regras claras quanto ao uso destes recursos. Pois são estímulos que podem concorrer com a modalidade tradicional de estudos, que muitas vezes está disposta em materiais pedagógicos menos atrativos, ou até mesmo obsoletos em alguns casos.

Pelo fato de que há satisfação imediata em contato com tais tecnologias, favorece mais o engajamento nessas atividades, em detrimento dos estudos. É possível que esse costume atrapalhe no desenvolvimento dos hábitos de estudo.

Pais e responsáveis

Muitas vezes, tais falhas decorrem de crenças de educadores e pais de que é necessário esperar o tempo de despertar do aluno para o desenvolvimento dos hábitos de estudo. Ao invés de, estimular e treinar respostas envolvidas na atividade.

Serviços de orientação escolar psicopedagógica são extremamente importantes nesse sentido, pois podem informar, desenvolver técnicas e acompanhar o acadêmico em prol de uma melhor qualidade de aprendizagem e otimização dos estudos.

Outro fato a ser considerado é a rotina extraclasse que  pode concorrer com os estudos. Por exemplo, as atividades extras às vezes são mais atrativas que a própria rotina de estudo em casa, pois envolvem o contato social, muito prazeroso nessa faixa etária.

Além do acesso a outros conhecimentos que não se tem em sala de aula. Todo esse contexto de excesso de atividades (como natação, curso de línguas, informática) pode reduzir o tempo disponível para o estudo. Aliás, por envolverem a sensação imediata de prazer podem ser mais atrativas que os estudos em casa. Muitas vezes, pareado com a “obrigação” comumente enfatizadas na sociedade.

Sem contar que, o estudo tende a ser vivenciado como algo chato, rotineiro, que necessita de engajamento para evitar punições. O que favorece sentimentos como ansiedade, raiva ou alívio.

Observa-se a exigência dos pais quanto a desempenhos acadêmicos superiores ao que os filhos apresentam. Porque, é comum que alguns pais tenham o costume de verbalizar que as crianças são incompetentes. Esse costume favorece a formação de um autoconceito negativo quanto às suas capacidades acadêmicas.

Não menos danoso, também é possível que não haja consequências prazerosas diante das respostas de estudar, o que diminui a motivação dos estudantes para tais atividades. Um exemplo disso é a abordagem do boletim dos filhos. Em algumas famílias, os pais elogiam as chamadas “notas azuis”, sem distinção quanto a valores. No entanto, outros podem selecionar a atenção apenas para as ditas “notas vermelhas” e reclamar,desconsiderando a existência das notas boas.

Fique atento!

O caso se torna ainda mais grave quando, diante de bom desempenho, os pais dizem que aquilo “não foi mais que a obrigação do filho”. Este exemplo ilustra um contexto em que o comportamento adequado teve uma consequência aversiva. Como resultados, pode-se obter desmotivação; aumento da ansiedade diante das atividades acadêmicas. Ou mesmo supressão do envolvimento nos estudos, o que é contrário à “obrigação” que os pais desejam que os filhos tenham.

Outra questão é a criação de situações de pressão e punição por parte de pais e professores. Desqualificar um aluno em função de seu baixo desempenho acadêmico, aplicar punição e/ou brigar com ele quando ele comete algum erro são exemplos destas situações. Elas podem gerar diversos sentimentos nos jovens estudantes, como raiva, sentimento de injustiça, além da formação de autoconceitos negativos. Muitas vezes, como resultado disso, as outras atividades com os pares, às vezes disruptivas, se tornam mais interessantes para o jovem.

Além disso, a realização das tarefas de casa também constitui um âmbito a ser discutido. Diante das dificuldades próprias do processo de aprendizagem, para evitarem conflitos ou para diminuírem o tempo despendido e desgaste, muitos pais oferecem respostas prontas, fazendo a tarefa pelas crianças. Diante disso, a aprendizagem será prejudicada, pois o aluno não aprendeu a desenvolver o raciocínio diante da questão de forma adequada.

Por isso, torna-se muito provável que a criança recorra novamente a outras pessoas diante de suas dificuldades. Eximindo-se de exercitar o próprio aprendizado e aprender a resolver a tarefa.

Acompanhamento profissional para desenvolvimento de hábitos de estudo

Diante desse contexto, os jovens comumente são encaminhados para o consultório psicológico.

Dessa forma, muitas são as intervenções possíveis na terapia analítico-comportamental:

  1. treinamento de agentes educativos e professores;
  2. orientação de pais e professores para motivarem adequadamente comportamentos pró-estudo;
  3. a contratação de alunos com bom repertório de estudo (tutores) para fornecer modelo de comportamento pró-estudo ao paciente;
  4. além da orientação individual, no caso de jovens adultos, e acompanhante terapêutico (psicólogos que atuam no ambiente extraconsultório para favorecer a aquisição e manutenção de comportamentos).

Cada caso envolvendo dificuldades nos estudos deve ser considerado individualmente. Entretanto, algumas dicas são válida aplicação para a maioria. A primeira delas é a preparação do ambiente, que deve ter o mínimo de estímulos visuais e auditivos que são distratores potenciais. Além de iluminação e temperatura adequadas, existência de mesa ampla (o suficiente para manipulação do material de estudo) e cadeira adequada.

O ideal é que esse local seja fixo para esta atividade, sem interrupções sociais. A organização do material de estudo também se faz necessária. Porém, excessos não são adequados, pois podem desencadear ansiedade e favorecer a dispersão.

Por isso, o estabelecimento de prioridades se faz necessário, cujos critérios podem ser a proximidade da avaliação; a quantidade de páginas; a dificuldade em cada disciplina ou a nota que será necessário atingir.

Além disso, orienta-se que, para evitar a probabilidade de desistência diante da atividade, o estudante possa começar com tarefas que ele já sabe, aumentando gradativamente a exigência.

Diante da dificuldade, ensine, mas não faça a tarefa por ela. E, ao término de todas as atividades, proporcione um bom momento de lazer para você ou para a criança/ adolescente. Afinal, é o que é merecido após um esforço bem executado.

Dessa forma, os hábitos de estudo serão desenvolvidos de maneira natural. Decorrente de todo esse processo que visa o engajamento do estudante no mundo acadêmico.

Inpa

O Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Brasília oferece psicoterapia individual que é uma alternativa para o acompanhamento e o aconselhamento para o desenvolvimento de hábitos de estudo. Por isso, entre em contato e marque uma consulta. Fone: (61) 3242-1153

 

Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil

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