Aleitamento materno e a prolactina

Aleitamento e leite materno

A ligação entre o recém nascido e a mãe é muito forte. E uma das maneiras de aumentar esse vínculo é por meio da amamentação. O aleitamento e o leite materno podem trazer inúmeros benefícios para a mãe e o bebê. No entanto, também devemos levar em conta as dificuldades que a mulher pode ter durante a amamentação.

Neste texto iremos lhe mostrar os efeitos da prolactina, hormônio responsável pela produção de leite, e o como aleitamento afeta no quesito psicológico da criança. 

Sobre a amamentação

Nos primeiros seis meses, o bebê só precisa de um alimento: o leite materno. Nem mesmo a água é necessária, já que o recém nascido se hidrata com o leite. 

Pode-se dizer que o aleitamento é todo o período em que o bebê se alimenta do leite materno, total ou parcialmente. A amamentação não depende de como a criança obtém o leite materno, e sim se ela se alimenta dele.

O leite materno vai se transformando de acordo com o crescimento da criança, provendo a ela todos os nutrientes e anticorpos necessários.

A amamentação é tão importante que a OMS (Organização Mundial da Saúde) criou a Semana do Aleitamento Materno em 1948, com o intuito de buscar maneiras de evitar a mortalidade infantil.

O que é prolactina, hormônio do aleitamento?

A prolactina é o hormônio responsável pelo estímulo da produção do leite materno nas glândulas mamárias. Dois outros hormônios são responsáveis pela produção de prolactina: estrógeno e dopamina.

No entanto, precisamos estar atentos para o impacto que esse hormônio pode ter no corpo da mulher. O excesso de prolactina, chamado de hiperprolactinemia, pode levar a problemas na menstruação, queda da produção de estrógeno e testosterona. 

Além desse problemas, a hiperprolactinemia pode levar a mulher a infertilidade ou esterilidade, e a queda de libido, já que a prolactina atua nas funções sexuais, como orgasmos e outras sensações posteriores ao sexo. Levando para o lado mais psicológico, o aumento desse hormônio pode afetar a forma que respondemos à ansiedade e ao estresse

Ainda, a prolactina também é produzida pelos homens e eles também podem sofrer com o aumento desse hormônio. Os impactos da hiperprolactinemia nos homens são a falta de libido e a infertilidade ou esterilidade. 

As causas da hiperprolactinemia ainda são desconhecidas, mas acredita-se que fatores genéticos e o hipotireoidismo podem estar envolvidos com o aumento do prolactina.

Benefícios da amamentação

O leite materno é o único alimento que o bebê precisa até os 6 meses. Todos os nutrientes necessários para o crescimento da criança estão no leite materno. Ainda, é um alimento que está praticamente sempre a disposição, sem necessidade de preparo. No entanto, esse não é o único benefício da amamentação. 

Fortalece a imunidade

Além de conter nutrientes, o leite materno também tem anticorpos importantes para o sistema imunológico do bebê. Infecções como otite são comuns nos primeiros meses, mas bebês que se alimentam pela amamentação tendem a ser menos afetados. 

Além disso, caso o bebê fique doente, o corpo da mãe aumenta a quantidade de nutrientes e células de defesa no leite, com o intuito de facilitar a recuperação do recém nascido.

Desenvolve o sistema nervoso

O leite materno tem um tipo de gordura boa, chamado DHA, que auxilia na formação dos neurônios, além de ajudar na memória, no aprendizado e na atenção. Além disso, o DHA compõe o ômega-3, importante na prevenção do TDAH, Alzheimer e demência. Para isso acontecer de forma efetiva, a alimentação da mãe precisa ser equilibrada e rica em peixe de água fria.

Maior contato com a mãe

A amamentação não traz só benefícios para o bebê. O ato de amamentar exerce uma função de suma importância no sistema nervoso da mãe, porque amamentar diminui o estresse. Ademais, o vínculo criado durante o aleitamento entre mãe e filho, faz com que o bebê se sinta mais seguro e tranquilo.

Diminui as chances da crianças desenvolver alergias

Segundo o European Respiratory Journal, os bebês que são alimentados exclusivamente com o leite materno até o sexto mês têm menos chances de ter asma e os seus sintomas na infância. 

Além disso, outros estudos realizados por universidades inglesas e americanas averiguaram que crianças que se alimentam por meio da amamentação têm um melhor funcionamento dos pulmões. Isso acontece porque o esforço feito pelo bebê para sugar o leite ajuda no desenvolvimento e fortalecimento dos pulmões.

Ademais, outros estudos relacionam a ingestão de leite vaca no primeiro ano de vida com o surgimento de alergias, como rinite, sinusite, dermatite e bronquite asmática. Por fim, o leite materno e o aleitamento diminui as chances do bebÊ desenvolver alergias alimentares, como alergia a amendoim, ovo e frutos do mar. 

Melhora o funcionamento intestinal

O leite materno possui enzimas que o organismo do bebê já reconhece, evitando alergias intestinais e deficiência de ferro. Dessa forma, o leite materno é facilmente digerido pelo recém nascido. 

Ademais, crianças de são amamentadas podem ficar até 8 dias sem fazer cocô, já que todos os componentes do leite são aproveitados e não existe a necessidade de evacuar. 

Por fim, o leite da mãe é ajuda na composição e manutenção da flora intestinal do bebê. Então, ele atua como uma barreira protetora, auxiliando na regulação do trânsito intestinal e evitando diarréias. 

Diminui as cólicas

As proteínas que estão na composição do leite materno são o principal motivo para que ele previna as cólicas. Ainda, outra grande causa das cólicas intestinais é a ingestão de ar. Quando o bebê ingere leite da mamadeira, essa ingestão é muito mais do que se ele mama no peito da mãe. Por fim, o leite materno e a amamentação ainda previne os gases. 

Combate e previne a anemia

O leite de vaca possui menor concentração de de ferro e maior concentração de cálcio que o leite materno, não sendo o suficiente para o bebê. O cálcio em excesso pode inibir a absorção de ferro, levando o bebê a ter uma anemia ferropriva. 

Ademais, como já foi dito anteriormente, o leite materno se adapta de acordo com o crescimento do bebê, diminuindo com o tempo a quantidade de ferro. Com seis meses de idade, é preciso começar a inserir na alimentação da criança alimentos ricos em ferro, como carnes. 

O leite materno ainda contém vitamina B12 e ácido fólico, nutrientes importantes na produção de glóbulos vermelhos.

A amamentação pode ser cansativa

Apesar de muito endeusarem esse momento, a amamentação pode ser cansativa para a mãe. Os dias que sucedem o nascimento podem ser exaustivos e ainda a mulher ainda pode desenvolver um quadro de baby blues ou depressão pós parto.

Algumas mães também ficam com os seios muito machucados, tornando o aleitamento não um momento de vínculo com o recém nascido, e sim um momento de obrigação e dor. 

Além disso, muitas mãe se sentem frustradas exatamente pelo fato de não produzirem leite suficiente ou, por algum motivo específico, serem impedidas de amamentar. 

Em todos os casos, o acompanhamento psicológico é extremamente recomendado. Nas sessões, o psicoterapeuta irá lhe ajudar a lidar com a frustração, baixa autoestima, culpa, ansiedade, estresse e depressão. É importante sempre lembrar que, se a mãe não estiver saudável física e psicologicamente, o bebê irá sentir e a amamentação não será um momento prazeroso para nenhum dos dois. 

Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil.

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