Modelos familiares e similaridades contam mais na escolha do parceiro
Os opostos se atraem?
Ao contrário do prega o ditado popular, os opostos parecem não se atrair. Esta é a conclusão conforme um estudo publicado na revista Estudos de Psicologia, de Campinas, realizado por uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Os autores ouviram 5 casais adultos, que estavam no semestre anterior ao do casamento e que ainda não moravam juntos.
Os participantes responderam a entrevistas individuais, com perguntas relacionadas a escolha do parceiro. Após isso,as respostas passaram por análise análise qualitativa de conteúdo. Foram levantadas informações sóciodemográficas (data de nascimento; religião; escolaridade; profissão, etc), sobre a história da relação conjugal; relação do casal na atualidade; o casamento e expectativas em relação a o futuro.
Dessa forma, foi possível analisar motivações para escolha de um parceiro.
O que a pesquisa mostrou sobre a escolha do parceiro?
Os dados demonstraram que os modelos trazidos de casa são decisivos na escolha do parceiro. Seja em relação a quais características buscar ou quais características evitar. Por isso, modelos familiares e similaridades contam mais na escolha do parceiro do que somente a atração física.
De acordo com os autores, as experiências na familia contribuem de maneira significativa na aprendizagem de como expressar afeto, resolver conflitos, manejar dificuldades e lidar com outras situações características da vida conjugal. Além disso, são determinantes na construção de valores, crenças e expectativas sobre o mundo e os outros. Por isso, afetam diretamente na escolha do parceiro
Aliás, o estudo concluiu também que a complementaridade não é tão relevante para a boa saúde da relação quanto a similaridade, especialmente no que diz respeito a valores, ideais, objetivos e interesses.
Os autores explicam que isto acontece porque parceiros que partilham de características, gostos e outros aspectos em comum tem maiores chances de se engajarem em comportamentos mutuamente gratificantes, o que favorece a manutenção da relação e das interações do casal. O momento da escolha do parceiro é crucial.
Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil.