As fases da resposta sexual feminina, com Cátia Damasceno e Fábio Caló

catia damasceno|fabio caló
catia damasceno

O psicólogo Fábio Caló, diretor do Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, em Brasília e diretor da ACBr – Associação Brasileira de Análise do Comportamento, participou na terça-feira (04/08) de uma entrevista com o tema: ‘’As fases da resposta sexual feminina’’. 

No quadro ‘’Entrevista com especialista’’, Fábio aborda questões como o prazer feminino, o orgasmo, exercícios como o pompoarismo feminino, tabus e outros assuntos relacionados ao universo sexual da mulher. 

Exercícios – pompoarismo 

O primeiro assunto abordado na entrevista foi acerca do pompoarismo, uma técnica de exercícios para o fortalecimento da musculatura vaginal e do assoalho pélvico, que traz diversos benefícios para a mulher. 

Dessa forma, logo no início do bate-papo, Cátia introduz o assunto sobre os exercícios sexuais e passa a palavra à Fábio.

O psicólogo afirma que sempre que pensarmos em sexualidade, seja sobre exercícios, problemas sexuais ou a vida sexual no geral, é necessário recordar sobre a ‘’tríade sexual’’: o biológico, a experiência de vida e a questão sociocultural. 

Além disso, Fábio pontua que quando recebe uma paciente no consultório, é extremamente importante entender quais são as particularidades dessa mulher: sua idade, como ela está em relação aos seus hormônios e como ela se sente em relação ao sexo.

Tríade de profissionais 

Ainda sobre a qualidade da vida sexual feminina, Fábio aponta três importantes profissionais que são responsáveis pela manutenção e auxílio da saúde sexual da mulher.

São eles:

Médicos

Caló questiona que, caso haja realmente um déficit hormonal, é necessário e importante que a mulher procure um médico especialista, para que ele faça a intervenção adequada e, assim, ela esteja em níveis otimizados do ponto de vista hormonal, principalmente se a mulher já for mais madura, pois essa situação exige uma maior atenção e dedicação.

Psicólogos

Quando se trata de aspectos emocionais, de como essa mulher se relaciona com seu parceiro(a), nas experiências que ela já vivenciou e na sua qualidade de vida, Fábio menciona que o psicólogo é o profissional adequado para essa questão, pois é ele quem procura entender e orientar as questões desse relacionamento para guiá-lo da melhor maneira.

Fisioterapeutas

Assim, quando pensamos no aparato genital e no funcionamento do corpo, pensamos nos fisioterapeurtas, que fazem um tabalho muito interesante, diz Fábio Caló. 

Quando se fala em sexualidade, é imprescindível que esse profissional esteja dentro desse processo de intervenção, pois é ele quem irá escolher o melhor momento para que uma mulher com problemas comece a admitir o movimento de penetração, que se faz quando ela ganha segurança e autoestima. 

Cátia, de maneira a responder e confirmar as fala de Fábio, afirma que é sim, muito importante que as diferentes áreas do conhecimento sejam consultadas. A fisioterapeuta fala sobre o vaginismo, uma disfunção sexual em que a musculatura vaginal contrai de uma forma involuntária, e que, por isso, é necessário trabalhar todos os aspectos emocionais com um psicólogo, por exemplo. 

Tabus

Em uma outra parte da conversa, o psicólogo aborda um tema extremamente importante: os tabus. 

Fábio afirma que, ainda que a mulher se sinta segura nos pontos de vista profissional, intelectual, acadêmico e possua um bom desempenho nos seus papéis sociais (como numa roda de amigos, em casa com a família ou com os colegas de trabalho), algumas ainda guardam consigo a dificuldade no momento da intimidade com seu parceiro(a). 

‘’É, neste momento, que muitas vezes há um sofrimento silencioso e escondido pelos tabus’’, continua Caló, elogiando o bom trabalho educacional e de conscientização que Cátia faz para combatê-los.

Histórias reais

Ainda falando sobre o vaginismo e sobre a importância em se consultar cada especialista da saúde, Fábio menciona um exemplo real de uma paciente. Na casa dos 30 anos, a mulher possuía um histórico de vaginismo e vinha de um processo de dois anos de psicoterapia, sem qualquer tipo de melhora no quadro de vaginismo.

Assim, Caló conta que eles iniciaram um trabalho combinado: inicialmente, ele precisava saber quem era a ginecologista da paciente e como ela estava sendo acompanhada.

Em seguida, fez um encaminhamento para um fisioterapeuta com essa especialidade, pois nem todo fisioterapeuta é especialista na área sexual.

Então, ”casando” esses três profissionais – ainda que a responsabilidade e trabalho seja da paciente, pois é ela quem coloca em prática – ela pôde, após 3 meses, finalmente admitir uma relação sexual com penetração, conclui Fábio. 

Cada caso é um caso

Logo depois, o psicólogo faz um alerta para as mulheres que assistem a Live: o período em que a paciente mencionada conseguiu obter sucesso sexual, não é o mesmo para todas as pessoas. 

Cada caso é um caso, cada paciente possui um histórico e situações diferentes, por isso, diante dessa situação, é importante entender que as mulheres devem ter um auxílio multiprofissional: não existe uma área que atenda sozinha todas as questões sexuais. 

Ainda, Fábio lembra que não apenas o vaginismo, mas outras disfunções, como a anorgasmia – que se define pela dificuldade de atingir o orgasmo, também seria tratada por uma combinação de áreas do conhecimento e pelas intervenções adequadas.

Assim, uma vez que essa mulher adquire conhecimento e entende que possui o direito de sentir prazer ao se relacionar sexualmente, ela consegue experimentar mais desejo e um relaxamento físico e psicológico. 

Frequência e procura

Acerca da frequência de mulheres procurando terapia sexual como forma de auxílio, Cátia questiona Fábio sobre a quantidade de mulheres que se interessam em buscar esse método. 

Caló afirma que, surpreendentemente, é cada vez menor a idade das mulheres que procuram esse serviço (na casa dos vinte e poucos anos), pois elas entendem que aquilo que experimentam não é normal e nem satisfatório, e que por isso precisam de uma ajuda especializada para traçar um caminho, e se dedicar a comparecer as sessões de fisioterapia, psicoterapia e as consultas com o ginecologista. 

Assista ao vídeo na íntegra!

Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

This is a staging environment