Maternidade tardia: quais os benefícios?

Maternidade tardia e os seus benefícios

Carreira, auto suficiência financeira, viagens e até estudos estão levando a várias mulheres a adiarem a maternidade. Sabemos que a maternidade é o sonho de muitas mulheres. No entanto, no mundo atual, muitos fatores podem adiar a realização desse sonho, levando a uma maternidade tardia.

Uma tendência cada vez mais comum, quais os riscos que uma maternidade tardia pode trazer? Quais cuidados a mulher deve tomar?

Neste texto iremos apontar os risco e os possíveis benefícios, além de cuidados que toda mulher que optou por uma maternidade tardia deve ter. 

A maternidade

Desde o início da humanidade existe o estigma de que a mulher precisa engravidar antes dos 30 anos, pois a chances de uma gravidez depois diminuem. Segundo os médicos, a melhor idade para uma mulher tentar engravidar é entre os 20 e os 30 anos. 

É comum que a fertilidade comece a reduzir depois dos 30 anos e as chances de um aborto espontâneo aumentam depois dos 35 anos. Depois dos 40, a fertilidade da mulher cai consideravelmente e, depois dos 44, as chances de ocorrer complicações no parto aumentam. 

Ter um filho depois dos 35 não é problema nenhum. A maioria das mulheres que engravidam nessa faixa etária no Brasil aumentou, segundo os dados do IBGE de 2018. Esses dados apontaram que de todos os nascimentos registrados em 2017, cerca de 35% dos casos eram de mães com mais de 30 anos, um aumento de 2% em relação a 2016. 

E essa não é só uma tendência no Brasil. Grande parte dos países da Europa tiveram esse aumento na maternidade depois dos 30. O mesmo acontece na China, na Turquia e no Japão. 

Os riscos de uma maternidade tardia

Como já foi falado, a idade “ideal” para engravidar é entre 20 e 30 anos. Isso porque o corpo da mulher se adapta mais fácil as mudanças que acontecem durante a gravidez. Consequentemente, quanto mais velha a mulher engravida, maiores são os risco para a saúde da mulher e do bebê. 

Os risco da maternidade tardia para a mãe são:

  • Aborto espontâneo;
  • Descolamento prematuro da placenta;
  • Hipertensão durante a gravidez;
  • Parto prematuro e maior tempo de trabalho de parto;
  • Maiores chances de pré-eclampsia, eclampsia e Síndrome Hellp;
  • Maior perda de sangue;
  • Diabetes gestacional e problemas com a placenta;
  • Gravidez fora do útero (gravidez ectópica);
  • Rompimento do útero.

Os riscos para o bebê são relacionados com a má formação e síndromes. Segundo um estudo feito pela Queen Mary University of London, as chances de uma mulher com mais de 30 anos ter um filho com Síndrome de Down é de uma em 940. Então, quando a mulher engravida com mais de 40 anos, as chances são ainda maiores, sendo de uma em 85. 

Além da Síndrome de Down, o bebê pode nascer prematuro, com grandes chances de passar um bom tempo na UTI, e ter problemas cromossômicos.

Benefícios da maternidade tardia

Apesar dos risco físicos que a maternidade tardia pode trazer, o lado emocional é o  ponto positivo desse processo. O primeiro benefício da maternidade tardia é maturidade. Quantos mais velhos ficamos, tendemos a ser mais maduros e a ter mais responsabilidade. As habilidades de cuidado se tornam melhores, de acordo um estudo feito pela Universidade da Carolina do Sul

Além disso, depois dos 35 é mais fácil tanto do homem quanto a mulher podem ter uma maior estabilidade financeira e um emprego fixo. Muitas vezes, as mulheres esperam para ter filhos pois desejam dar uma vida cômoda para as crianças, sem dificuldades. Por conseguinte, uma pesquisa feita na Universidade de Boston mostrou que existe uma tendência de mulheres que foram mães depois dos 30 de viverem até os 95 anos. 

Por fim, um estudo publicado em 2017 pelo International Journal of Epidemiology apontou que crianças filhas de mães com a idade de 35 a 39 anos possuem um resultado significativamente melhor em teste cognitivo do que as demais crianças. 

Quais cuidados tomar?

Os cuidados em uma maternidade tardia devem começar desde o momento que a mulher descobre que está grávida. Primeiramente, o casal deve procurar um ginecologista e lá, ele dará todas as orientações, levando em consideração o histórico de saúde da mulher.

Via de regra, as consultas com o médico no pré-natal são mais frequente e os exames mais específicos. Ademais, a grávida também deve tomar ácido fólico e ter uma dieta saudável, acompanhada de exercícios físicos frequentes.

Preste atenção nos sinais

Uma gravidez tardia deve ser acompanhada com o maior cuidado e minuciosidade possível. Alguns sinais podem significar que algo está errado com o feto ou a gravidez. Alguns deles são:

  • Dor no “pé da barriga”, como se fosse uma cólica menstrual;
  • Corrimento escuro, mesmo se for pequenas quantidades;
  • Perda de sangue vermelho vivo pela vagina;
  • Sangramento ou de cor vermelho escuro ou semelhante ao corrimento escuro.

Se você perceber qualquer um desses sinais, procure o seu médico o mais rápido possível para fazer uma ultrassonografia. O médico irá verificar se tudo está bem tanto com a mãe quanto com o bebê.

Por fim, qualquer sinal ou sintoma que você achar incomum, fale para o seu médico. 

Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil.

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